Principais refinadoras do país sul-asiático suspendem compras spot de Moscou e diversificam fornecedores após ultimato comercial de Trump
Resumo
- Estatais indianas Indian Oil, Bharat Petroleum e Hindustan Petroleum suspenderam compras pontuais de petróleo russo após pressão dos EUA
- Trump elevou tarifas sobre produtos indianos de 25% para 50% como punição pela compra de petróleo russo
- Índia importava 35% de seu petróleo da Rússia nos primeiros seis meses de 2025, totalizando 1,75 milhão de barris diários
- IOC comprou 5 milhões de barris de EUA, Brasil e Líbia como alternativa emergencial ao petróleo russo
- Petrobras assinou contratos para exportar até 6 milhões de barris anuais para estatais indianas
- Brasil representava 4% das exportações petrolíferas indianas em 2024, posição que deve crescer
- Refinarias privadas Reliance e Nayara Energy mantêm estratégias cautelosas diante das sanções
- Oriente Médio emerge como principal substituto ao petróleo russo para o mercado indiano
Em uma reviravolta que abala o mercado energético global, as principais estatais petrolíferas da Índia anunciaram a suspensão temporária das compras pontuais de petróleo russo, cedendo à intensa pressão dos Estados Unidos. A decisão marca o fim de uma era dourada para o comércio bilateral entre Nova Délhi e Moscou, que havia transformado a Rússia no principal fornecedor de petróleo bruto para o terceiro maior importador mundial.
A mudança estratégica das refinarias estatais Indian Oil Corporation (IOC), Bharat Petroleum e Hindustan Petroleum representa um giro de 180 graus em relação à política energética adotada desde 2022. Durante o auge da guerra na Ucrânia, essas empresas aproveitaram os descontos substanciais oferecidos pelo Kremlin para importar mais de 2 milhões de barris por dia, saltando de praticamente zero antes do conflito para 35% de todas as importações indianas nos primeiros seis meses de 2025.
O marco da ruptura veio na quinta-feira, quando a IOC adquiriu cinco milhões de barris de fontes alternativas – Estados Unidos, Brasil e Líbia – em uma clara demonstração de diversificação forçada. As empresas privadas Reliance Industries e Nayara Energy mantiveram-se discretas, com esta última enfrentando quedas operacionais após sanções da União Europeia. Segundo fontes do setor, as cargas do tipo Urals já programadas para agosto e setembro ainda serão entregues conforme planejado, mas novas aquisições permanecem suspensas até orientação governamental clara.
Guerra tarifária sem precedentes
O presidente Donald Trump intensificou uma guerra tarifária sem precedentes contra a Índia, elevando as taxas sobre produtos indianos de 25% para impressionantes 50%. A medida punitiva, formalizada por decreto presidencial em 6 de agosto, entrará em vigor no dia 27 de agosto, colocando a Índia no mesmo patamar tarifário do Brasil. A escalada começou quando Trump denunciou publicamente que a Índia não só compra grandes quantidades de petróleo russo, como também vende grande parte do petróleo adquirido no mercado aberto com lucros enormes.
Revolução no mercado energético
A Rússia forneceu 35% das importações petrolíferas indianas nos primeiros seis meses de 2025, com média diária de 1,75 milhão de barris – alta de 1% em relação ao mesmo período de 2024. Este volume colossal transformou Moscou no principal parceiro energético da Índia, superando fornecedores tradicionais do Oriente Médio. O país sul-asiático aproveitou sistematicamente os descontos sobre o preço-teto da União Europeia, tornando o petróleo russo mais competitivo que alternativas do Irã ou Venezuela.
Brasil desponta como nova potência
O Brasil emerge como beneficiário direto desta reconfiguração geopolítica, com a Petrobras já consolidando parcerias estratégicas com estatais indianas. Em fevereiro de 2025, a empresa brasileira assinou contratos marcos com a Bharat Petroleum Corporation Limited (BPCL) para exportação de até 6 milhões de barris anuais. A modalidade “framework” oferece flexibilidade comercial e acelera operações futuras. A Índia representou 4% das exportações brasileiras de petróleo em 2024, posição que deve expandir significativamente com as novas oportunidades.
Empresas privadas adotam cautela
Enquanto as estatais suspendem compras russas, as refinarias privadas Reliance Industries e Nayara Energy adotaram estratégias distintas. A Nayara Energy, com acionistas russos significativos, enfrenta particular pressão após sanções europeias reduzirem drasticamente suas taxas operacionais. A Reliance, maior refinaria privada do país, mantém postura cautelosa diante do cenário de incertezas regulatórias.
Oriente médio ganha espaço
Especialistas preveem que petróleo do Oriente Médio, especialmente da Arábia Saudita e Iraque, serão os principais substitutos devido às vantagens geográficas e variedade de qualidade. Analistas projetam interrupções operacionais temporárias antes do reequilíbrio entre oferta e demanda. O mercado spot asiático já registra movimentação intensa, com refinarias buscando cargas de emergência do Mar do Norte e outras regiões.
Parcerias estratégicas se fortalecem
A Petrobras aproveitou a India Energy Week para assinar memorandos de entendimento com ONGC e Oil India, expandindo colaboração em exploração offshore, descarbonização e biocombustíveis. A presidente Magda Chambriard anunciou interesse em participar de leilões de 25 blocos em águas profundas indianas, sinalizando aprofundamento da parceria bilateral.
Impacto nas relações diplomáticas
A pressão americana força a Índia a repensar sua política de neutralidade pragmática adotada desde o início da guerra na Ucrânia. Como retaliação às tarifas, Nova Délhi suspendeu compras militares dos EUA, incluindo aeronaves e armamentos. O impasse bilateral representa teste crucial para as relações indo-americanas, tradicionalmente cooperativas em questões de segurança regional.
Imagem de capa: www.usatoday.com
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4855