Exportadores brasileiros aguardam há dias o anúncio das medidas governamentais prometidas para mitigar os impactos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, mas o suporte ainda não foi oficializado.
Resumo
- Governo brasileiro prepara pacote de apoio com R$ 30 bilhões do FGE para empresas afetadas pelo tarifaço americano
- Tarifas de 50% atingem 35,9% das exportações brasileiras aos EUA, afetando setores como café, carnes e frutas
- CNI solicita linhas de crédito subsidiadas, prorrogação de prazos cambiais e reativação do Programa Seguro-Emprego
- Setores de pesca e mel enfrentam situação crítica por dependerem exclusivamente do mercado americano
- ApexBrasil planeja abrir escritório em Washington para negociações diretas com governo americano
- Exportadores pressionam por urgência nas medidas, criticando demora e falta de resultados concretos
- Brasil busca diversificar mercados exportadores, com foco em China, União Europeia e Mercosul
Com a entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros nesta quarta-feira (6), o governo federal enfrenta pressão crescente dos setores exportadores para anunciar medidas de apoio concretas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encaminhou ao Palácio do Planalto as medidas de proteção aos setores afetados, mas o dia do anúncio ainda não foi definido.
O tarifaço atinge 35,9% das mercadorias brasileiras enviadas ao mercado americano, representando 4% das exportações nacionais. Setores estratégicos como café, frutas, carnes, pesca e madeira ficaram fora da lista de 700 produtos isentos, gerando desespero entre empresários que dependem fortemente do mercado norte-americano.
Medidas governamentais em preparação
O governo estuda dividir em etapas o anúncio das medidas para as empresas afetadas, sendo que a avaliação é de que as ações precisam ser ajustadas de acordo com o impacto em cada setor e até mesmo em cada empresa. Segundo informações que circulam nos bastidores, o pacote deve incluir R$ 30 bilhões do Fundo de Garantia à Exportação (FGE). O apoio deve ter elementos semelhantes àqueles concedidos às empresas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul em 2024.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já formalizou uma série de pedidos ao governo brasileiro para atenuar o impacto do tarifaço. Entre as demandas estão linhas de crédito subsidiadas, aumento do prazo para liquidação de contratos de câmbio, aplicação do direito provisório de dumping, adiamento no prazo de pagamento de tributos federais e reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE).
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, confirmou que o apoio deve ser anunciado em breve, diretamente pela presidência da República, seguindo o modelo de auxílio emergencial utilizado durante crises anteriores. A agência já apoia 2,6 mil das 9 mil empresas nacionais que exportam para os Estados Unidos e planeja abrir um escritório em Washington para negociar diretamente com o governo americano.
Setores mais afetados pressionam por urgência
Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), demonstrou descontentamento com a demora governamental e destacou a necessidade de medidas imediatas. A entidade levou ao governo um pedido por linha de crédito emergencial, argumentando que a operacionalização da medida é essencial para restabelecer o fluxo de caixa das indústrias exportadoras.
O setor de mel enfrenta situação particularmente crítica, pois tem os Estados Unidos como único destino de exportação. Renato Azevedo, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), relatou que ainda não ficou claro como funcionará o sistema de compras governamentais prometido.
Setores como café, carnes, frutas, máquinas e calçados também calculam prejuízos significativos com a sobretaxa. Dados mostram que 77,8% das exportações brasileiras aos EUA são afetadas pelas novas tarifas, sendo que 45,8% do total está diretamente sujeito à taxa de 50%.
Contexto internacional e estratégias de diversificação
O desafio imposto pelo tarifaço obriga exportadores brasileiros a buscarem novos mercados, processo que não tem resultados imediatos e exige preparações específicas. A ApexBrasil deve ampliar sua atuação na diversificação de fornecedores e mercados, reconhecendo que o mundo inteiro está fazendo isso, percebendo a instabilidade com essas medidas.
Entre janeiro e março de 2025, o Brasil exportou US$ 77,3 bilhões em bens, com os principais destinos sendo China (US$ 19,8 bilhões), União Europeia (US$ 11,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 9,7 bilhões) e Mercosul (US$ 5,8 bilhões). O saldo comercial fechou positivamente em US$ 10 bilhões no período.
O tarifaço faz parte da nova política comercial de Donald Trump, que elevou as tarifas de 10% para 50% em retaliação a decisões brasileiras que, segundo ele, prejudicariam as big techs americanas e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Especialistas avaliam que a medida é uma chantagem política com objetivo de atingir o Brics e sua proposta de substituir o dólar nas trocas comerciais.
Impactos econômicos e perspectivas
A imposição das tarifas americanas já começou a gerar instabilidade nos mercados e incerteza entre trabalhadores e empresários. Estratégias imediatas como gestão de estoques, embarques acelerados ou diminuição de produção desenham as primeiras reações empresariais.
O governo federal reconhece que há todo um ecossistema público-privado de apoio às exportações, envolvendo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), além de entidades como SEBRAE e associações comerciais.
A expectativa nos bastidores é de que as medidas governamentais sejam anunciadas ainda esta semana, mas a pressão dos setores exportadores cresce a cada dia de atraso. Empresários reclamam da atuação do Executivo nas tratativas com a Casa Branca e da falta de resultados concretos tanto para reverter o tarifaço quanto para apresentar medidas de socorro.
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4844