Nove chefes de executivos estaduais da direita e centro-direita cobram do governo federal medidas concretas com cronograma e prazo para mitigar os impactos das sobretaxas americanas.
Resumo
- Nove governadores de oposição se reuniram em Brasília para cobrar do governo Lula medidas concretas contra o tarifaço de Trump
- Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado criticaram duramente a política externa brasileira e a recusa de Lula em conversar com Trump
- A reunião também discutiu anistia para envolvidos na trama golpista, tema que divide a direita
- As tarifas de 50% entraram em vigor na quarta-feira, afetando mais de 3,8 mil produtos brasileiros
- Trump justificou as tarifas como retaliação ao processo do STF contra Bolsonaro
- O governo federal promete anunciar pacote de medidas de mitigação na próxima semana
- A crise pode ter impactos eleitorais tanto para Lula quanto para os governadores de oposição
O coro de governadores de oposição conseguiu, pelo menos, se unir em torno de algo: a exigência de que o governo Lula pare de fazer política externa ideológica e comece a trabalhar para resolver a crise que ele mesmo criou com os Estados Unidos. Enquanto o presidente brasileiro diz que não liga para Trump e que não tem “nada a falar” com o americano, os gestores dos principais estados do país se reuniram em Brasília, numa quinta-feira (7) agitada, para cobrar soluções práticas.
A reunião na casa de Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, durou cerca de duas horas e teve como anfitrião o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes. O encontro organizou um coro que incluiu nomes como Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Ratinho Júnior (Paraná).
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi taxativo ao sair do encontro. Segundo ele, o governo federal precisa mostrar “ações concretas, cronograma, prazo e planejamento” para enfrentar as tarifas de 50% impostas por Trump. Setores como café, proteína animal, máquinas, equipamentos e pneus estão entre os mais prejudicados, já que não constaram na lista inicial de exceções das tarifas.
Governadores culpam política externa de Lula
O tom dos governadores foi de crítica direta à condução da política externa brasileira. Tarcísio não poupou palavras ao dizer que existe “uma questão de imprudência em termos de relação internacional” e que o país “acabou indo por um caminho muito ruim, que acabou agredindo um parceiro histórico do Brasil, um grande investidor estrangeiro direto”.
Ronaldo Caiado foi ainda mais duro. O governador de Goiás classificou como “insensatez” a posição de Lula de não querer conversar com Donald Trump. Segundo Caiado, se o presidente brasileiro “não quer conversar, a ele interessa a crise e aos governadores, não”. A declaração deixa evidente o cálculo político por trás da crise – enquanto governadores precisam lidar com os impactos econômicos em seus estados, Lula pode tentar capitalizar eleitoralmente a postura nacionalista.
Anistia para Bolsonaro entra na mesa
Mas a reunião não tratou apenas do tarifaço. O encontro também serviu para discutir a situação de Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, e a possibilidade de anistia aos envolvidos na trama golpista. A coincidência não é casual – muitos dos governadores presentes são pré-candidatos à presidência nas próximas eleições e precisam se posicionar sobre o tema que divide a direita.
O timing da reunião também chama atenção. Acontece justamente no momento em que Bolsonaro está no centro dos interrogatórios sobre a tentativa de golpe e quando o governo Lula enfrenta uma das suas piores crises de popularidade. Para os governadores, é uma oportunidade de se descolar da figura do ex-presidente inelegível e, ao mesmo tempo, forçar o governo federal a tomar medidas práticas.
Contexto do tarifaço
- Cronologia da crise: As tarifas americanas começaram com 10% sobre produtos brasileiros em março de 2024, evoluindo para os atuais 50% que entraram em vigor na quarta-feira (6/8)
- Justificativa de Trump: O presidente americano alegou inicialmente que as taxas eram uma política de “reciprocidade” contra países que exportavam mais para os EUA do que importavam
- Mudança de discurso: Trump depois vincular as tarifas ao processo do STF contra Bolsonaro, alegando retaliação por suposta interferência na Justiça brasileira
- Lista de exceções: Quase 700 produtos brasileiros foram isentos das tarifas, mas mais de 3,8 mil itens passaram a ser taxados
- Resposta do governo: O Brasil recorreu à OMC e Lula declarou que entrará em contato com outros países dos Brics para uma possível reação conjunta
Governo Lula na defensiva
- Pacote de medidas: O governo federal deve anunciar oficialmente na próxima semana um pacote para socorrer setores afetados, incluindo possível adiamento de pagamento de impostos federais
- Estratégia de comunicação: Lula tem usado a crise para reforçar o discurso nacionalista e de defesa da soberania, tentando capitalizar eleitoralmente a situação
- Relação com o Congresso: O tarifaço pode representar uma oportunidade para o Planalto se aproximar de líderes do Congresso, já que presidentes da Câmara e do Senado mostraram apoio à retórica de defesa da soberania
- Popularidade em alta: Pesquisas de opinião trouxeram sinais de melhora na popularidade de Lula, mas analistas alertam que impactos econômicos do tarifaço podem reverter essa tendência
Imagem de capa: veja.abril.com.br
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4736