Lula e Modi se aliam contra tarifaço de Trump

Brasil e Índia traçam resposta conjunta à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos e aceleram planos para ampliar comércio bilateral a US$ 20 bilhões até 2030


Resumo
  • Lula e Modi conversaram por uma hora para coordenar resposta ao tarifaço americano de 50% que atinge ambos os países
  • Brasil e Índia são os únicos países sujeitos à alíquota máxima de Trump, tornando-se aliados estratégicos naturais
  • Os líderes aceleraram planos para elevar comércio bilateral a US$ 20 bilhões até 2030
  • Vice-presidente Alckmin liderará missão comercial à Índia em outubro, preparando visita de Lula em 2026
  • Países discutiram alternativas de pagamento digital (PIX e UPI) para reduzir dependência de sistemas americanos
  • Lula planeja articular resposta coordenada dos Brics às políticas protecionistas de Trump
  • Brasil já acionou OMC contra tarifas americanas, buscando respaldo multilateral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conversaram por telefone durante uma hora na quinta-feira (7) para discutir estratégias de resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos. A ligação ocorreu em momento crucial, quando Brasil e Índia se tornaram os dois países mais afetados pelo que já está sendo chamado de “tarifaço” do governo Donald Trump.

A conversa entre os líderes ganhou urgência após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre produtos indianos na quarta-feira (6), elevando a alíquota total para 50% – mesmo percentual aplicado aos produtos brasileiros. Segundo o governo americano, a medida contra a Índia representa retaliação por esse país continuar comprando petróleo da Rússia, contribuindo para a continuidade da guerra na Ucrânia.

De acordo com nota oficial do Palácio do Planalto, os dois líderes discutiram “o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais”, reafirmando “a importância em defender o multilateralismo e a necessidade de fazer frente aos desafios da conjuntura”. A conversa marca o início de uma articulação mais ampla que Lula pretende fazer com os países do Brics para coordenar uma resposta às políticas protecionistas americanas.

Aceleração dos laços comerciais

Durante a ligação, Lula e Modi reiteraram a meta ambiciosa de elevar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030. Para atingir esse objetivo, os dois países concordaram em ampliar a cobertura do acordo comercial entre Mercosul e Índia, buscando novas oportunidades de negócios que reduzam a dependência do mercado americano.

Um dos pontos técnicos abordados foi o intercâmbio de experiências sobre plataformas de pagamento digital. Os líderes trocaram informações sobre o PIX brasileiro e a UPI indiana (Unified Payments Interface), sistemas que representam alternativas aos meios de pagamento dominados por gigantes americanas da tecnologia. Esse tema é particularmente sensível, já que os Estados Unidos alegam que o PIX prejudica empresas americanas do setor.

Agenda de visitas estratégicas

O Planalto confirmou que Lula visitará a Índia no início de 2026, como parte do aprofundamento das relações bilaterais. Como preparação, o vice-presidente Geraldo Alckmin liderará uma missão à Índia em outubro próximo, por ocasião da reunião do Mecanismo de Monitoramento de Comércio.

A delegação brasileira incluirá ministros e empresários escalados para uma série de encontros sobre cooperação em áreas estratégicas: comércio, defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital. Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio, lidera o comitê criado por Lula para negociar alternativas às tarifas americanas.

Contexto histórico e geopolítico

  • Brics e multilateralismo: Brasil e Índia integram o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros), bloco de economias emergentes criticado por Trump devido aos planos de reduzir o uso do dólar nas transações comerciais internas
  • Política de reciprocidade: Trump justifica as tarifas como política de “reciprocidade” contra países que exportam mais para os EUA do que importam, embora dados brasileiros mostrem que os americanos mantêm superávit comercial com o Brasil
  • Escalada tarifária: As primeiras tarifas contra o Brasil começaram em março de 2025, inicialmente de 10%, mas foram elevadas para 50% como parte da estratégia americana mais agressiva
  • Precedente histórico: Modi visitou o Brasil em julho de 2025, um dia antes do anúncio das primeiras tarifas americanas, quando os dois líderes já demonstraram sintonia na defesa da governança global multipolar
  • PIX e soberania digital: O sistema brasileiro de pagamentos instantâneos representa exemplo de independência tecnológica que incomoda empresas americanas do setor financeiro

Instrumentos de resposta

  • OMC: O Brasil já iniciou procedimento na Organização Mundial do Comércio contra as tarifas americanas, buscando respaldo multilateral
  • Diversificação de mercados: Governo brasileiro intensifica busca por novos parceiros comerciais, com a Índia sendo prioridade estratégica
  • Coordenação Brics: Lula planeja ligações para Xi Jinping e outros líderes do bloco para articular resposta coordenada
  • Acordos setoriais: Ampliação de parcerias em defesa, energia e minerais críticos para reduzir dependência de fornecedores americanos
  • Integração financeira: Desenvolvimento de sistemas de pagamento alternativos ao domínio americano no setor

Impactos econômicos

  • Café brasileiro: Setor cafeeiro alerta para “flagrante desvantagem competitiva”, já que México e outros fornecedores enfrentam tarifas menores (10% a 27%) comparado aos 50% brasileiros
  • Indústria automotiva: Montadoras como Toyota calculam impacto de US$ 9,5 bilhões com a turbulência tarifária
  • Comércio bilateral Brasil-Índia: Atualmente abaixo do potencial, com meta de triplicar valores até 2030
  • Setores estratégicos: Defesa, energia renovável e mineração crítica ganham importância na parceria bilateral
  • Embraer: Fabricante aeronáutica brasileira deve ganhar protagonismo na nova aproximação comercial com a Índia

Imagem de capa: gov.br

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 4720

Adicionar um Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fique por dentro das últimas notícias diretamente no seu e-mail.

Ao clicar no botão Inscrever-se, você confirma que leu e concorda com nossa Política de Privacidade e Termos de uso
Advertisement