Deputados e senadores bolsonaristas ocupam mesas diretoras das duas Casas em protesto contra prisão domiciliar do ex-presidente e anunciam “guerra” ao governo
Resumo
- Deputados e senadores da oposição ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro
- A obstrução levou ao cancelamento de todas as sessões programadas para terça-feira (5) nas duas Casas
- Oposição promete manter revezamento durante a madrugada até que três demandas sejam atendidas
- O “pacote da paz” inclui anistia aos condenados do 8 de janeiro, impeachment de Moraes e fim do foro privilegiado
- Líder Sóstenes Cavalcante declarou “guerra” ao governo e exigiu reunião com presidentes das Casas
- Flávio Bolsonaro anunciou que grupo vai “virar a noite” no plenário se necessário
- Governo classificou ação como “novo 8 de janeiro” e não obstrução parlamentar tradicional
- Davi Alcolumbre convocou reunião com líderes para tentar encerrar a obstrução
A oposição no Congresso Nacional deflagrou uma ofensiva coordenada contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira (4). Parlamentares ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado nesta terça-feira (5) e anunciaram que manterão o revezamento durante toda a madrugada para impedir qualquer tipo de votação nas duas Casas.
A estratégia de obstrução levou os presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) a cancelarem todas as sessões previstas para o dia. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), recusou o pedido de Motta para desocupar a Mesa e exigiu uma reunião presencial e reservada com os dois presidentes das Casas. “A partir de agora estamos nos adestrando e nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, guerra que o governo terá”, declarou Cavalcante.
No Senado, o protesto ganhou contornos simbólicos com parlamentares usando esparadrapos na boca. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, anunciou que o grupo permanecerá no plenário indefinidamente. “Nós vamos permanecer aqui no plenário, se preciso for, e virar a noite”, afirmou o parlamentar, criticando a falta de diálogo com Alcolumbre: “Sequer o telefone ele está atendendo, e eu jamais esperava isso dele”.
Pacote da paz como condição para fim da obstrução
A oposição condicionou o fim da obstrução à aprovação de três medidas que denominou “pacote da paz”: o projeto de anistia ampla e irrestrita aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a proposta de emenda à Constituição que extingue o foro privilegiado. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), foi categórico ao afirmar que “vamos obstruir as sessões” até que as demandas sejam atendidas. Ele criticou duramente a postura de Alcolumbre: “Faz mais de 15 dias que eu, como líder da oposição, não consigo interlocução com o senador Davi Alcolumbre. É um desrespeito com a Casa”.
Prisão domiciliar gera reação imediata
A decisão do ministro Alexandre de Moraes de decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro foi o estopim para a mobilização da oposição. O ex-presidente é réu por tentativa de golpe de Estado, acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de liderar articulações para reverter à força o resultado das eleições de 2022. A PGR já pediu a condenação de Bolsonaro a até 44 anos de prisão por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e golpe de Estado. Para Flávio Bolsonaro, a prisão foi “ilegal e imoral”, resultado de uma “manobra jurídica” feita de forma monocrática pelo ministro do STF.
Governo classifica ação como novo 8 de janeiro
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), reagiu duramente à obstrução da oposição, classificando o movimento como “um novo 8 de janeiro” e não como uma obstrução parlamentar tradicional. Randolfe argumentou que a ação impede a votação de projetos relevantes para a população, como a correção da tabela do Imposto de Renda para garantir isenção a quem ganha até dois salários mínimos. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, declarou que a ocupação dos plenários “impedindo as votações de interesse do país é alheio aos princípios democráticos” e convocou uma reunião com líderes para tentar encerrar a obstrução.
Contexto histórico e político
- Ataques de 8 de janeiro: Em 8 de janeiro de 2023, apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília, questionando o resultado das eleições presidenciais de 2022
- Investigação do STF: O Supremo Tribunal Federal conduz múltiplas investigações sobre tentativa de golpe de Estado, com Bolsonaro como principal investigado
- PL da anistia: O projeto de lei 2858/2022 propõe anistia ampla, geral e irrestrita para todos os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro
- Foro privilegiado: Parlamentares e autoridades são julgados pelo STF em primeira instância, privilégio que a oposição quer acabar para que Bolsonaro seja julgado por juízes de primeira instância
- Medidas cautelares: Restrições impostas pelo STF a investigados, incluindo uso de tornozeleira eletrônica, proibição de sair do país e bloqueio de contas
Imagem de capa: em.com.br
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Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 4263