Ex-presidente cumpre medida restritiva em casa de luxo enquanto líderes partidários articulam novas estratégias políticas
Resumo
- Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em casa de luxo no Solar de Brasília após decisão de Alexandre de Moraes
- Deputado Sóstenes Cavalcante pediu autorização ao STF para visitar o ex-presidente por motivos institucionais e humanitários
- Senador Ciro Nogueira foi o primeiro político autorizado a visitar Bolsonaro após a prisão domiciliar
- Residência do ex-presidente está se tornando novo centro de articulações políticas do PL
- Bolsonaro está proibido de receber visitas sem autorização, usar celular e acessar redes sociais
- Descumprimento das regras pode levar à prisão preventiva em sala de Estado-Maior
- Esta é a terceira casa usada por Bolsonaro como QG político desde 2018
- Defesa do ex-presidente anunciou recurso contra a decisão do STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou nesta terça-feira o cumprimento de prisão domiciliar em sua residência no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, uma das áreas mais nobres da capital federal. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após entender que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares anteriormente impostas pela Corte.
A decisão de Moraes teve como base o uso indevido das redes sociais de aliados por parte do ex-presidente, especialmente durante manifestações de apoio realizadas no domingo. Segundo o ministro, Bolsonaro utilizou perfis de seus filhos parlamentares e outros apoiadores para divulgar mensagens com claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro. Entre os episódios citados está a aparição remota de Bolsonaro em protestos no Rio de Janeiro, quando o senador Flávio Bolsonaro ligou para o pai e colocou a chamada no viva-voz durante a manifestação.
As restrições impostas incluem proibição de receber visitas sem autorização judicial prévia, sendo permitido apenas o contato com familiares próximos e advogados. Bolsonaro também está impedido de usar celular, tanto diretamente quanto por intermédio de terceiros, e teve todos os aparelhos móveis apreendidos de sua residência. A medida tem tempo indeterminado e representa um endurecimento das sanções anteriormente aplicadas ao ex-presidente.
Aliados mobilizam pedidos ao STF
Diante das novas restrições, aliados de Bolsonaro começaram a mobilizar esforços para conseguir autorização do STF para visitá-lo. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, protocolou nesta terça-feira pedido formal ao Supremo solicitando permissão para visitar tanto Bolsonaro quanto o ex-deputado Daniel Silveira. O parlamentar justificou o pedido alegando caráter estritamente institucional e humanitário e destacou a relevância do papel público exercido pelo ex-chefe de Estado e pela atual condição excepcional a que está submetido.
O primeiro político autorizado a visitar Bolsonaro foi o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, que esteve na residência na tarde de terça-feira. A visita ocorreu com autorização expressa do STF e representa um precedente importante para futuras solicitações de outros aliados políticos. Segundo fontes próximas ao ex-presidente, a expectativa é de que outros líderes partidários também solicitem autorização para encontros com Bolsonaro nas próximas semanas.
Residência vira centro das articulações
Com as limitações impostas pela prisão domiciliar, a residência de Bolsonaro no condomínio Solar de Brasília está se transformando no novo centro das articulações políticas do PL e da direita brasileira. O imóvel, que fica a cerca de 20 minutos do Congresso Nacional, tem se tornado ponto de encontro estratégico para discussões sobre os rumos do partido e das próximas eleições. A casa alugada possui dois andares, cerca de 400 metros quadrados e piscina, oferecendo espaço adequado para reuniões políticas reservadas.
Esta não é a primeira vez que uma residência de Bolsonaro serve como quartel-general político. Durante a campanha de 2022, o PL alugou uma mansão no Lago Sul, em Brasília, que funcionou como comitê central da campanha à reeleição. O imóvel de 740 metros quadrados, com sete quartos e quatro salas, foi posteriormente investigado pela Polícia Federal como QG do golpe devido às atividades do então candidato a vice Walter Braga Netto. Segundo a investigação, o local foi utilizado para articular estratégias de descredibilização das urnas eletrônicas e fazer a ponte entre militares e movimentos golpistas.
Histórico de QGs políticos
- 2018: Bolsonaro utilizou anexo da casa de empresário para gravação de inserções e produção de conteúdo
- 2022: PL alugou mansão no Lago Sul como comitê central da campanha presidencial
- Pós-eleição: Braga Netto manteve uso do segundo andar para articulações políticas
- Investigação PF: Local foi classificado como QG do golpe pelos investigadores
- 2025: Casa no Solar de Brasília vira novo centro de articulações do PL
Consequências do descumprimento
O descumprimento das medidas impostas pela prisão domiciliar pode resultar em consequências ainda mais severas para Bolsonaro. Especialistas alertam que violações das regras podem levar à revogação do benefício e conversão em prisão preventiva, a ser cumprida em sala de Estado-Maior. O precedente foi estabelecido pelo próprio STF em julho de 2025, quando Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar de Iraci Megume Nagoshi, condenada pelos atos de 8 de janeiro, após 983 violações do uso da tornozeleira eletrônica.
A defesa de Bolsonaro, composta pelos advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser, já anunciou que irá recorrer da decisão. Os defensores argumentam que o ex-presidente não descumpriu qualquer medida e que uma decisão anterior de Moraes não impedia discursos em eventos públicos. Para eles, a fala Boa tarde, Copacabana. Boa tarde meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos, proferida remotamente durante manifestação no Rio, não constitui descumprimento de medida cautelar.
Cenário político atual
- Investigações em curso: Bolsonaro é réu em múltiplas ações no STF relacionadas aos atos de 8 de janeiro
- Medidas anteriores: Ex-presidente já estava com tornozeleira eletrônica desde 18 de julho
- Reações familiares: Filhos classificaram medida como ditadura em redes sociais
- Impacto internacional: Estados Unidos condenaram a decisão de Moraes
- Precedentes jurídicos: Três ex-presidentes brasileiros já cumpriram prisão domiciliar
- Custos da residência: Aluguéis no condomínio variam de R$ 5 mil a R$ 30 mil mensais
Imagem de capa: oglobo.globo.com
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Matéria de número 4259