BC mantém Selic em 15% e sinaliza juros altos prolongados

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforça estratégia de manutenção dos juros básicos da economia no maior patamar dos últimos 20 anos, diante de cenário inflacionário desafiador e incertezas externas


Resumo
  • Banco Central mantém taxa Selic em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006
  • Decisão unânime do Copom interrompe ciclo de alta iniciado em setembro de 2024
  • Ata reforça manutenção de juros altos por “período bastante prolongado” devido à inflação desancorada
  • Projeções de inflação permanecem acima da meta: 4,9% em 2025, 3,6% em 2026 e 3,4% no primeiro trimestre de 2027
  • Tarifas americanas de 50% sobre exportações brasileiras aumentam incertezas no cenário externo
  • Comitê sinaliza que pode retomar ciclo de alta se necessário, mantendo postura vigilante
  • Mercado financeiro espera manutenção da taxa até início de 2026, favorecendo investimentos em renda fixa

O Banco Central divulgou nesta terça-feira (5) a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que, por unanimidade, manteve a taxa Selic em 15% ao ano. A decisão, tomada na última quarta-feira (30), interrompe o ciclo de alta dos juros iniciado em setembro de 2024 e consolida o maior patamar da taxa básica desde julho de 2006, quando atingiu 15,25%.

A ata reforça que a manutenção da taxa em nível elevado se justifica pelo cenário inflacionário ainda desafiador, com expectativas desancoradas e projeções acima da meta de 3%. O Copom projeta inflação acumulada de 4,9% para 2025, 3,6% para 2026 e 3,4% para o primeiro trimestre de 2027. Todas as estimativas permanecem acima do centro da meta estabelecida pelo sistema de metas de inflação.

O documento destaca que o ambiente externo tornou-se “mais adverso e incerto” em função da conjuntura política e econômica dos Estados Unidos, principalmente em relação às políticas comercial e fiscal americanas. O Copom menciona especificamente o acompanhamento das tarifas comerciais impostas pelos EUA ao Brasil, que geram “impactos setoriais relevantes” e “impactos agregados ainda incertos”. Essa situação exige “particular cautela” por parte de países emergentes, segundo a autoridade monetária.

Perspectivas futuras e sinalização de política monetária

O Copom indica que antecipa uma “continuação na interrupção no ciclo de alta de juros” para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado. A instituição avalia se o nível atual da taxa básica, considerando sua manutenção por “período bastante prolongado”, será suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O comitê enfatiza que “seguirá vigilante”, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

Fatores domésticos e cenário econômico

No âmbito doméstico, o Copom destaca que, apesar da atividade econômica ter apresentado crescimento mais moderado, o mercado de trabalho continua aquecido. A desancoragem das expectativas de inflação exige uma política monetária significativamente contracionista por período bastante prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta. O cenário também é marcado por projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.

Impactos nos investimentos e mercado financeiro

A decisão já era amplamente esperada pelo mercado financeiro, que mantém projeções de que a Selic permanecerá no atual patamar até o início de 2026. O Brasil figura como possuidor da segunda maior taxa de juros real do mundo com a Selic em 15%. Para investidores, o cenário de juros altos favorece aplicações em renda fixa, mas especialistas recomendam diversificação de carteiras considerando o período prolongado de manutenção da taxa.

  • Contexto histórico da Selic: A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é o principal instrumento de política monetária do Banco Central brasileiro, criada em 1979. Representa a taxa básica de juros da economia e influencia todas as demais taxas do país.
  • Sistema de metas de inflação: Implementado no Brasil em 1999, estabelece que o Banco Central deve perseguir uma meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional. Desde 2025, vigora o sistema de meta contínua com objetivo de 3% e intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
  • Composição do Copom: O comitê é formado pelo presidente do Banco Central e oito diretores da instituição. As reuniões ocorrem a cada 45 dias aproximadamente, com calendário pré-definido. A partir de 2025, a maioria dos membros foi indicada pelo presidente Lula.
  • Impacto das tarifas americanas: As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras representam novo fator de incerteza na condução da política monetária, afetando setores específicos da economia nacional.
  • Projeções do mercado: Segundo o boletim Focus do Banco Central, analistas preveem que a inflação ficará em 5,09% em 2025, 4,44% em 2026, 4% em 2027 e 3,8% em 2028, todas acima da meta central.
  • Mecanismo de transmissão: As mudanças na taxa Selic demoram entre seis e 18 meses para ter impacto pleno na economia, razão pela qual o Banco Central trabalha com projeções futuras ao tomar decisões de política monetária.
  • Comparação internacional: O patamar atual da Selic coloca o Brasil entre os países com maiores taxas de juros reais do mundo, reflexo dos desafios macroeconômicos enfrentados pela economia nacional.

Imagem de capa: e-konomista.pt

Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site.

Matéria de número 4143

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