Textor tenta controle total da SAF do Botafogo em assembleia às 23h

Uma manobra questionável do americano John Textor para tentar assumir controle absoluto da SAF do Botafogo foi revelada. O empresário teria articulado uma assembleia extraordinária marcada para às 23h, usando troca de e-mails com a Eagle Holdings para tentar modificar estatutos e assumir poder total sobre o clube alvinegro.

A estratégia de Textor para assumir controle total

O americano John Textor não se contenta apenas em ser o maior acionista da SAF do Botafogo. Ele quer muito mais que isso – quer o controle absoluto, sem questionamentos, sem divisão de poder. E a forma como tentou fazer isso mostra o tipo de empresário que ele é: esperto, calculista, mas sempre no limite entre o que é correto e o que é questionável.

A tática foi simples, mas ardilosa. Através de uma série de e-mails com a Eagle Holdings, Textor orquestrou uma assembleia extraordinária marcada para às 23h – um horário nada convencional que já levanta suspeitas. Quem marca reunião para decidir o futuro de um clube às 11 da noite? Apenas quem não quer muita gente participando.

Eagle Holdings: o obstáculo no caminho

A Eagle Holdings, que detém participação na SAF botafoguense, se tornou o grande obstáculo nos planos de Textor. O fundo não estava disposto a simplesmente aceitar as mudanças propostas pelo americano, que basicamente dariam a ele poder de decisão sobre praticamente tudo no clube carioca.

E aqui que a coisa fica interessante. Textor não é exatamente conhecido por aceitar “não” como resposta. O cara comprou clubes na Europa, nos Estados Unidos, no Brasil. Sempre fez do jeito dele, sempre conseguiu o que queria. Mas no Botafogo, esbarrou numa resistência que ele não esperava encontrar.

A assembleia noturna que não deu certo

A tentativa de realizar a assembleia às 23h já mostrava as verdadeiras intenções. Não é coincidência marcar uma reunião tão importante num horário em que a maioria das pessoas já está em casa, descansando. É uma tática velha, conhecida no mundo corporativo: dificultar a participação para ter mais facilidade de aprovar o que se quer.

Mas a estratégia não funcionou. A Eagle Holdings não se deixou enganar pela manobra e resistiu às propostas de mudança estatutária. E quando uma empresa do porte da Eagle diz não, normalmente é não mesmo. Eles sabem muito bem o que estão fazendo.

O que isso revela sobre Textor

Esse episódio mostra exatamente quem é John Textor. Um empresário ambicioso, sem dúvida, mas que não mede esforços para conseguir o que quer. E isso incluiu tentar usar artifícios questionáveis para assumir controle total de um clube que tem história, que tem torcida, que tem importância no futebol brasileiro.

O Botafogo não é uma empresa qualquer. É um clube centenário, com milhões de torcedores apaixonados. Não pode ser tratado como um negócio comum, onde quem tem mais dinheiro faz o que bem entende. Mas parece que Textor ainda não entendeu isso completamente.

Felizmente, a tentativa não prosperou. A Eagle Holdings mostrou que não se deixa intimidar por manobras corporativas duvidosas. E isso é importante para manter um mínimo de governança e transparência numa SAF que precisa funcionar de forma profissional.