A aplicação da Lei Magnitsky amplia tensão diplomática e expõe vulnerabilidade da administração petista diante da pressão norte-americana
Resumo
- EUA aplicaram Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, primeira sanção do tipo a autoridade brasileira
- Medida inclui proibição de viagem, congelamento de bens e restrição a serviços financeiros americanos
- Moraes confirmou que vai ignorar sanções e continuar processos contra Bolsonaro
- Crise diplomática não melhorou popularidade de Lula, que permanece com 40% de rejeição
- Deputados europeus também pediram sanções contra ministro do STF
- Governo enfrenta pressão externa e interna simultânea, limitando opções políticas
- Tensão iniciou com investigações sobre tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023
A imposição de novas sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pelo governo americano de Donald Trump marcou um ponto de inflexão na crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos. Interlocutores do governo Lula avaliam que a medida representa um retrocesso significativo no esforço de contenção da escalada bilateral, num momento em que o país já enfrentava as pesadas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
A decisão anunciada em 30 de julho pelo Departamento do Tesouro americano aplica a Lei Global Magnitsky contra Moraes, uma das punições mais severas disponíveis para Washington contra estrangeiros acusados de violações de direitos humanos. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, justificou a medida afirmando que Moraes é “responsável por uma campanha opressiva de censura” e por “detenções arbitrárias que violam os direitos humanos”. É a primeira vez que uma autoridade brasileira sofre esse tipo de sanção.
A medida provocou reações imediatas no cenário político brasileiro. Seis senadores assinaram nota de repúdio contra a decisão, enquanto parlamentares europeus também pediram sanções similares na União Europeia. O próprio Moraes sinalizou que vai “ignorar as sanções” americanas e continuar atuando normalmente nos processos sob sua relatoria.
Efeitos práticos das sanções
As sanções da Lei Magnitsky têm três consequências principais: proibição de viajar para os EUA, congelamento de ativos americanos e restrição a transações financeiras em dólar. Moraes já estava impedido de entrar nos Estados Unidos desde julho, quando teve o visto revogado pelo secretário de Estado Marco Rubio. Agora, as medidas podem afetar cartões de crédito emitidos por bandeiras americanas como Visa e Mastercard, além de serviços digitais de empresas como Google, Meta, Amazon e Apple. A lista de pessoas sancionadas é atualizada pela Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), que inclui o ministro brasileiro entre os “Cidadãos Especialmente Designados”.
Repercussão política limitada
Contrariando expectativas iniciais do Palácio do Planalto, a crise diplomática com Trump não se converteu em ganhos políticos significativos para Lula. Pesquisa Datafolha divulgada em 2 de agosto mostrou estabilidade na avaliação do governo, com 40% considerando a gestão ruim ou péssima e apenas 29% classificando-a como ótima ou boa. Os números permaneceram praticamente inalterados em relação à pesquisa anterior de junho. Levantamento do Ipespe revelou cenário similar, com 51% de desaprovação contra 43% de aprovação, indicando que o embate diplomático teve impacto limitado na opinião pública.
Contexto histórico da tensão
- Origem da crise: A tensão iniciou com a investigação de Alexandre de Moraes sobre a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 e os processos contra Jair Bolsonaro
- Justificativa americana: Trump associou as tarifas de 50% ao julgamento de Bolsonaro no STF por crimes contra a Constituição
- Lei Global Magnitsky: Criada na gestão Obama para punir cidadãos russos, foi expandida mundialmente em 2016
- Precedente histórico: Primeira aplicação da lei contra autoridade brasileira, sinalizando escalada sem precedentes
- Reação europeia: Dezesseis deputados do Parlamento Europeu pediram sanções similares contra Moraes
Figuras centrais do conflito
- Alexandre de Moraes: Ministro do STF desde 2017, relator dos inquéritos sobre fake news e tentativa de golpe
- Donald Trump: Retornou à presidência americana em janeiro de 2025, intensificando pressão contra autoridades brasileiras
- Scott Bessent: Secretário do Tesouro americano, responsável pela implementação das sanções
- Marco Rubio: Secretário de Estado que revogou vistos de autoridades brasileiras
- Jair Bolsonaro: Ex-presidente cujos processos motivaram a retaliação americana
Impactos na governabilidade
A crise externa se soma aos desafios internos do governo Lula, que enfrenta tensões crescentes com o Congresso Nacional sobre ajuste fiscal. Analistas políticos avaliam que “não é viável mergulhar o país um ano e meio num impasse absoluto” quando se aproximam as eleições de 2026. A administração petista se vê pressionada simultaneamente por Trump externamente e pelos presidentes da Câmara e Senado internamente, numa configuração que limita drasticamente suas opções de manobra política. O Planalto esperava que o confronto com os americanos gerasse coesão nacional em torno do governo, mas as pesquisas mostram que a população permanece dividida e crítica à gestão Lula, independentemente da pressão externa.
Perspectivas futuras
- Escalada provável: Possibilidade de novas medidas americanas contra outras autoridades brasileiras
- Isolamento internacional: Risco de o Brasil ficar isolado enquanto outros países negociam com Trump
- Consequências econômicas: Tarifas de 50% podem gerar desemprego e quebra de empresas a partir de agosto
- Eleições 2026: Crise pode beneficiar oposição que critica “isolamento” do Brasil no cenário mundial
- Judiciário brasileiro: STF mantém posição firme apesar da pressão externa
Imagem de capa: epocanegocios.globo.com
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Matéria de número 4011