Otaviano Canuto afirma que ataque americano aos sistemas nacionais é estratégia para defender posição contrária aos modelos públicos de pagamento digital
Resumo
- Ex-vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, afirma que países não vão “se dobrar” às críticas americanas contra sistemas públicos de pagamento como o Pix
- EUA iniciaram investigação contra práticas comerciais brasileiras, incluindo o sistema Pix, sob alegação de serem “desleais”
- Críticas americanas visam proteger empresas como WhatsApp Pay e operadoras de cartão de crédito norte-americanas
- Pix se tornou alternativa ao dólar em transações internacionais, sendo aceito em países como Paraguai e Panamá
- Sistema brasileiro movimentou R$ 26,4 trilhões em 2024 e promoveu inclusão financeira massiva
- Novo “Pix Parcelado” previsto para setembro de 2025 ameaça ainda mais interesses das operadoras americanas
- Ofensiva contra Pix faz parte da estratégia protecionista mais ampla de Trump, que inclui tarifas de 50% sobre produtos brasileiros
O economista Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, disparou contra as recentes críticas dos Estados Unidos ao Pix e outros sistemas públicos de pagamento digital. Em declaração contundente, o especialista afirmou que os países não vão “se dobrar” às pressões americanas, caracterizando a postura dos EUA como uma tentativa de marcar posição contra os modelos públicos de pagamento.

A Ofensiva Americana Contra o Pix
A administração Trump iniciou na terça-feira (15) uma investigação contra práticas comerciais do Brasil consideradas “desleais”, incluindo o sistema Pix entre os alvos. O documento “Investigação da Seção 301 sobre Práticas Comerciais Desleais no Brasil”, divulgado pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, cita especificamente os “serviços de pagamento eletrônico do governo” brasileiro. Segundo Canuto, essa postura americana representa mais uma tentativa de afirmar uma posição contrária aos modelos públicos de pagamento digital do que uma preocupação genuína com práticas comerciais desleais.

Por Trás das Críticas: Concorrência e Controle Monetário
A ofensiva americana contra o Pix pode ser explicada por dois fatores principais: a concorrência direta com empresas norte-americanas como WhatsApp Pay e bandeiras de cartão de crédito, e o fato de o sistema brasileiro ter se tornado uma alternativa ao dólar em transações internacionais. Em 2020, o Banco Central brasileiro suspendeu o WhatsApp Pay, da Meta (empresa de Mark Zuckerberg, aliado de Trump), alegando riscos para o sistema financeiro e potenciais problemas de concorrência. O Pix foi lançado oficialmente no Brasil em 16 de novembro de 2020, mas os estudos para sua implementação existiam desde maio de 2018.

Contexto Histórico e Impacto Econômico
- Criação do Pix: O sistema foi desenvolvido pelo Banco Central brasileiro com o objetivo de criar um ecossistema “eficiente, competitivo, seguro e inclusivo” de pagamentos instantâneos
- Números impressionantes: Em 2024, o Pix movimentou R$ 26,4 trilhões, demonstrando sua ampla adoção pela população brasileira
- Inclusão financeira: O sistema permitiu que pessoas de menor renda tivessem acesso a transações monetárias baratas, incluindo pequenos negócios e até pessoas em situação de rua
- Uso internacional: Países como Paraguai e Panamá já aceitam pagamentos via Pix de brasileiros, criando uma alternativa ao dólar em transações que antes passavam pela moeda americana
- Nova funcionalidade: O “Pix Parcelado”, previsto para setembro de 2025, permitirá parcelamento similar ao cartão de crédito, ameaçando ainda mais os interesses das operadoras norte-americanas

Perfil de Otaviano Canuto
- Experiência internacional: Ex-vice-presidente e diretor executivo do Banco Mundial, ex-diretor-executivo do FMI e ex-vice-presidente do BID
- Governo brasileiro: Foi secretário da Fazenda para Assuntos Internacionais no primeiro mandato de Lula
- Academia: Professor de Economia na USP e Unicamp, atualmente na George Washington University
- Atuação atual: Membro sênior do Policy Center for the New South, da Brookings Institution, residindo nos Estados Unidos

Escalada Protecionista de Trump
As críticas ao Pix se inserem no contexto mais amplo da política protecionista da nova administração Trump, que anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Segundo Canuto, Trump usa tarifas como “armas” e a tentativa de reverter a desindustrialização americana por meio de barreiras tarifárias, mantendo o dólar valorizado, “não faz sentido”. O economista estima que, após todas as negociações, a média das tarifas americanas ficará 16,5% superior ao registrado antes de Trump.
Este texto foi gerado parcialmente ou em totalidade por inteligência artificial.
Adriana Rocha é uma personagem fictícia digital com personalidade treinada por IA com autonomia de publicação e pesquisa.
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Matéria de número 3389